Que diferença faz?

"Descubra a grandeza do impacto de atitudes verdes simples, como desacelerar o carro, reciclar o papel e o lixo doméstico e reduzir o consumo de carne. Diante das contas, perceba o quanto você é importante no desafio de manter a vida no planeta

O que adianta não jogar papel na rua se todo mundo joga? O que adianta pagar os impostos se existe tanta corrupção? E por que reciclar as sacolinhas plásticas do supermercado se lá na China são usadas cerca de 3 bilhões delas por dia? “É a mesma lógica que está por trás de todas essas questões. Uma noção de impotência. É difícil se sentir motivado a colaborar quando o problema é tão grande”, diz Miriam Duailibi, do Instituto Ecoar, de São Paulo. O Ecoar, em parceria com a ONG Instituto Ecoclima e a Universidade Positivo, de Curitiba, criaram o primeiro curso no Brasil de especialização em mudanças climáticas e seqüestro de gás carbônico da atmosfera. Indicado para empresários, executivos, professores universitários, o curso é reconhecido pelo MEC e tem a duração de 18 meses.

UM MAIS UM

“Sozinho ninguém vai acabar com o aquecimento global, mas, quando somos alertados para o quanto cada atitude pode minimizar nosso impacto no planeta, a história muda. É importante democratizar a informação e fazer mais e mais gente entender a diferença que pode significar”, insiste Miriam.

E que diferença é essa? Para mostrar quanto vale um hábito verde, recorremos a uma base de cálculo projetada especialmente para esse fim. Você até já deve ter ouvido falar dela. É a calculadora de CO2, ou dióxido de carbono. A medida ficou conhecida nos últimos anos, principalmente com o filme Uma Verdade Inconveniente, de Al Gore, e serve tanto para traduzir o impacto das ações humanas no meio ambiente como para dar uma idéia do refresco que é para o planeta quando certos comportamentos são reduzidos. Assim, mais do que ficar dizendo que o aumento no consumo de carne contribui para a devastação na Amazônia (a pecuária está se alastrando por lá porque as terras não florestais no Brasil já estão tomadas pela agricultura), as pessoas podem saber o quanto abrir mão de incluir carne no cardápio uma ou duas vezes por semana pode ser bom.

Tudo que a gente faz tem a ver com a emissão de gases de efeito estufa. É o que mostramos a seguir.

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Vinte e cinco por cento das emissões de gases estufa no Brasil vêm da queima de combustível fóssil (principalmente petróleo). O restante está relacionado a mudanças no uso da terra e ao desmatamento

FAÇA A SUA CONTA

Para saber o quanto cada atitude repercute no gás carbônico liberado na atmosfera, os especialistas usaram como parâmetro a quantidade de carros* nas ruas. É como se, quanto mais responsável uma ação, menor o número de carros nas ruas.

RECICLAGEM DE JORNAIS E REVISTAS COMO FUNCIONA

Como funciona

A reciclagem da massa de papel equivalente a um jornal médio contribui com a redução de 0,08 kg de CO2.
- Uma pessoa/ano | Trezentos e sessenta e cinco jornais reciclados reduzem a emissão de 29 kg de CO2 por ano.
- Se todos os brasileiros encampassem a idéia | Multiplicando 29 kg de CO2 pela população consumidora do Bra sil, cerca de 114 milhões de pessoas, segundo o Instituto Ipsos, a economia seria de 3,3 milhões de toneladas de CO2. Ou 1,1 milhão de carros a menos nas ruas por ano.

RECICLAR LATINHAS DE ALUMÍNIO COMO FUNCIONA

Como funciona
Segundo a Associação Brasileira de Alumínio (Abal), o Brasil conseguiu reciclar 78% das latinhas de alumínio comercializadas em 2006.
- Uma pessoa/ano: Cada brasileiro já contribui por meio da reciclagem de latas de alumínio com a redução de 60 g de CO2 por ano. Se reciclasse todas as latinhas, aumentaria a cota para 78 g de CO2.
- Se todos os brasileiros encampassem a idéia: haveria a redução de 148 mil toneladas de CO2, ou 53 mil carros a menos rodando por ano.

REDUZIR O CONSUMO DE CARNE VERMELHA COMO FUNCIONA

Como funciona

Cada brasileiro consome, em média, 36,5 kg de carne por ano, ou 100 g por dia. Para produzir 1 kg de carne, são necessários 20 mil litros de água e emitidos 3,7 kg de CO2. Além de fazer bem para a saúde, deixar de comer carne vermelha pelo menos três vezes na semana (40% menos do que o habitual), representa a seguinte economia:
- Uma pessoa/ano: 54 kg a menos de CO2 na atmosfera.
- Se todos os brasileiros encampassem a idéia: 10 milhões de toneladas a menos de CO2 equivalem a 3,5 milhões de carros a menos nas ruas."

Planeta Sustentável - Por Kátia Stringueto
Revista Bons Fluídos - 06/2008

Evite que seu bife derrube a Amazônia


Algumas notícias nos surpreendem. Quando você estiver comendo seu bife de carne bovina, saiba que, possivelmente inúmeras árvores foram derrubadas para satisfazer seu hábito de consumo. Procure verificar na compra (rótulo), se há garantia de responsabilidade socioambiental. Faça este exercício. Você estará agindo como um consumidor consciente.


"Você sabe a origem da carne que você come? Saiba o que as três maiores redes de supermercado responderam ao Idec. O Idec enviou cartas para as três maiores redes varejistas do país, questionando sobre sua preocupação em relação à rastreabilidade da carne bovina vendida por elas: Carrefour, Pão de Açúcar e Wal-Mart. Buscamos informações sanitárias, ambientais e sociais da cadeia de produção da carne.

As respostas de todos eles foram, para o Idec, insuficientes. Em várias delas, as empresas afirmaram possuir cláusulas contratuais — “garantindo” que não há desmatamento ou trabalho escravo, por exemplo, nas propriedades que produzem a carne que comercializam — porém sem informar se fazem ou como fazem o controle para de fato garantir seu cumprimento.

Só o Grupo Pão de Açúcar detalhou a forma como faz esse controle — restrito a apenas 1% de toda a carne bovina comercializada pela empresa. Mas a iniciativa demonstra que é possível, sim, que os varejistas tenham grande controle sobre a forma como é produzida a carne bovina que o consumidor encontra na gôndola. E que ela deve ser louvada.

Veja um resumo das respostas dos supermercados:

O grupo Carrefour – que detém quatro bandeiras de supermercados (Carrefour, Carrefour Bairro, Dia% e Atacadão) – focou suas respostas apenas no programa “Garantia de Origem”, que possui critérios de seleção de fornecedores e de garantia de qualidade da carne, e contempla apenas 40% do que é vendido pela rede. As informações fornecidas pouco revelaram sobre a origem da carne, ficando em um plano apenas conceitual, sem dados concretos. A empresa se limitou a listar alguns dos principais frigoríficos fornecedores e, com relação aos municípios de origem da carne, disse que ela “é proveniente de todo o território brasileiro, com pequeno volume importado”. Questionado sobre a disponibilização das informações que possui sobre rastreabilidade da carne bovina nos rótulos dos alimentos, o grupo disse que elas estão em “plaquetas informativas, inseridas próximas a cada um dos tipos de carne e de corte”.

Com relação ao controle para evitar que a carne venha de áreas de desmatamento ou em que se utilize trabalho escravo, a empresa informa que avalia “os aspectos sociais e ambientais de cada uma das fazendas” antes de cadastrá-las e que, em caso de irregularidades, o produtor é “automaticamente retirado do programa”. O Grupo Pão de Açúcar (Companhia Brasileira de Distribuição), detentor de oito bandeiras de varejo (Pão de Açúcar, Extra Hipermercados, Extra Perto, Extra Fácil, Extra Eletro, Sendas, Comprebem e Assai), foi o único a listar as cidades e fazendas de onde vem a carne. Mas essa informação serve para apenas 1% da carne comercializada, inserida no “Programa de Produção de Carne de Qualidade”. Para a maioria restante, não há dados sobre controle efetivo de qualidade e de passivos ambientais e sociais.

A empresa informou que “antes de cadastrar uma fazenda, ela passa por entrevista e visita técnica para verificar a relação entre empregador e empregados, aspectos ambientais e técnicos”. Diz ainda que todo o gado possui certificação do Sisbov (Serviço Brasileiro de Rastrabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos, um programa voluntário para a produção voltada ao mercado interno) e que há acompanhamento de técnicos de nutrição, reprodução e sanidade. O Idec acredita que a empresa poderia ter fornecido mais dados para que se soubesse exatamente como é feita essa gestão social e ambiental.

Já o Wal-Mart, que possui nove bandeiras de supermercados (Wal-Mart Supercenter, Todo Dia, Maxxi, Sam’s Club, Hiperbompreço, Bompreço, Mercadorama, Nacional e Big), deu respostas incompletas e esclareceu pouco sobre sua participação na cadeia. Disse que compra carne de dois frigoríficos e que “os nomes das fazendas e os municípios [de onde vem a carne] são informações dos frigoríficos que fornecem para o Wal-Mart. Portanto, não possui essa informação”.

A empresa afirma também que inclui cláusulas em seus contratos que garantem que todos os animais abatidos venham de “territórios que não sejam áreas de desmatamento”. Mas não deixou claro como – e se – tem um controle efetivo para se assegurar disso. Com relação ao controle de uso de trabalho escravo pelos fornecedores, o Wal-Mart diz que “caso um fornecedor não atenda as cláusulas do contrato ou passe a integrar a ‘lista suja’ do trabalho escravo, ele é descontinuado da lista de parceiros da empresa”. Isso, ao mesmo tempo em que afirma não ter a relação dos produtores que vendem para os frigoríficos de onde compra – dado imprescindível para ter controle dos contratos.

Para enviar agora um cartão virtual exigindo medidas efetivas das empresas, clique em http://www.idec.org.br/climaeconsumo/cartoesVirtuais.html"

Fonte: (Envolverde/Idec). Crédito de imagem: Luiz Antonio de Oliveira/ INPA


Padrão de consumo das classes A e B exige três planetas Terra

Está comprovado que grande parte dos moradores da superquadras de Brasília tem hábitos de consumo incompatíveis com a preservação ambiental. É hora de mudar hábitos e costumes para enfrentarmos os problemas ambientais urbanos que criamos. Basta de fingir que nada acontece. Contribua na melhoria do espaço em que você vive. Aqui na SQS 305 (Brasília) os moradores já iniciaram sua contribuição com a causa ambiental.

" Caso todo o mundo tivesse os mesmos hábitos de consumo das classes sociais A e B brasileiras seriam necessários recursos naturais correspondentes a três planetas Terra, mostra estudo da ONG WWF-Brasil. A pegada ecológica, ou seja, o rastro de consumo, degradação ambiental e geração de resíduos deixados pelo homem no planeta, foi calculada com base em pesquisa encomendada ao Ibope. Os pesquisadores ouviram 2002 pessoas, em 142 municípios, de 13 a 18 de maio.

A conclusão do estudo é de que, se 82% da classe alta mantiver os maus hábitos, a Terra não vai agüentar. O mesmo vale para 46% da classe C e 21% das classes D e E. A situação é mais crítica no Sudeste, em que os hábitos de 61% dos entrevistados comprometem a sustentabilidade do planeta. Nas cidades com mais de 500 mil habitantes o porcentual chega a 71% em comparação aos 21% dos municípios com até 20 mil moradores.

Contra a classe alta pesam sobretudo os hábitos de transporte, pois 33% dos entrevistados desse segmento usam o carro como único meio de transporte e, na maioria das vezes, trafegam sozinhos. Além disso, 23% viajam de 1h e 10 horas de avião por ano. Nesse caso, contam na pegada ecológica o consumo de combustíveis fósseis e a emissão de gases poluentes desses meios de transporte.

Na hora de tratar do lixo, no entanto, a classe alta se sai melhor. O descaso com a reciclagem é maior entre os pobres - 77% deles juntam todo o lixo em só saco e só 11% separam os materiais recicláveis. Entre as classes A e B, 54% colocam o lixo em um saco e 38% o separam. No geral, 67% dos brasileiros juntam recicláveis e não recicláveis. Apenas 25% dos entrevistados separam o orgânico do reciclável e não mais que 5% destinam o lixo seco para a reciclagem e o orgânico para compostagem"

Fonte: Agência Estado

Consumo responsável


"CPFL Energia cria site com dicas para o consumidor

Novo portal traz informações que esclarecem e estimulam o uso consciente da energia elétrica. O público pode desde entender o significado de cada item da conta de luz até acessar os seus direitos de consumidor

A CPFL Energia, maior empresa privada do setor elétrico brasileiro, lançou o "Canal da Energia - O Portal de Eficiência Energética", site em que o público geral encontra uma série de informações e dicas sobre os gastos de energia, os direitos do consumidor e sobre as ações da CPFL em seus programas de eficiência energética.

O "Canal da Energia" possui um infográfico ilustrativo sobre as informações contidas na conta de luz, uma tabela que indica o consumo de energia em cada atividade doméstica, uma seção com a história da energia elétrica, traz dicas de consumo, dicas de instalação de aparelhos eletrônicos,os direitos do consumidor, uma biblioteca virtual com guias e cartilhas com informações sucintas e ilustradas, especialmente voltadas para a educação da população e o ensino escolar.

Para o público infantil, a seção "Clubinho CPFL" traz jogos interativos e educacionais. O site ainda destaca informações sobre audiências públicas permanentes que a empresa realiza para apresentar à sociedade e aos clientes o Programa de Eficiência Energética. Entre outras atividades, o projeto desenvolve atividades de eficiência energética junto às comunidades e órgãos públicos, incentivando tanto a utilização racional de energia elétrica quanto o uso de equipamentos eficientes.

O novo portal ainda dá acesso para os canais de comunicação com a CPFL Energia e para outros sites das empresas que pertencem ao Grupo."

Fonte: Planeta Sustentável - 21/05/2008


Deixe o hábito, a mudança pode ser mais fácil do que você imagina


"Dia Mundial do Meio Ambiente 2008 guia o mundo em direção à neutralidade do clima.

Wellington/ Nairobi, 5 de Junho de 2008 — Adotar um estilo de vida climaticamente viável não requer mudanças drásticas ou grandes sacrifícios.

As pessoas no mundo desenvolvido, como em alguns países e cidades em desenvolvimento – de Manchester e Manhatan a Moscou e Mumbai – podem desde já começar a “deixar o hábito”, segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).

Algumas medidas simples podem reduzir à metade as emissões diárias de CO2 de um indivíduo, com a possibilidade de cortes ainda maiores se alguns setores, como os fornecedores de energia, automobilíticos, aviação e fábricas de eletrodomésticos, contribuírem mais para um estilo de vida global mais ecológico.

Pesquisas demonstram que, por exemplo, se cada passageiro de uma empresa aérea reduzisse para menos de 20kg o peso dos bens e pertences carregados e comprassem aquilo que necessitasse ao chegar, no “duty-free” do saguão de chegada, poder-se-ia reduzir anualmente aproximadamente dois milhões de toneladas das emissões de dióxido de carbono.

Outras escolhas que contribuem para reduzir as emissões de carbono nos lares e viagens incluem:

* Realizar campanhas para encorajar as companhias aéreas a fornecer milhas para viagens de trem ao invés de milhas aéreas com o objetivo de promover alternativas de transporte menos agressivas ao meio ambiente;
* Acordar com um despertador tradicional ao invés de um eletrônico – isso pode economizar aproximadamente 48 gramas de CO2 por dia.
* Secar as roupas no varal ao invés de secá-las na secadora – uma redução diária de 2,3 Kg de CO2;
* Trocar os 45 minutos na esteira ergométrica por uma caminhada no parque. Isto economiza aproxidamadamente 1 Kg dos principais gases do efeito estufa.


Estas são algumas das conclusões de dois relatórios lançados pelo PNUMA no Dia Mundial do Meio Ambiente, cujo tema é “Deixe o hábito! Rumo a uma Economia com Baixa Emissão de Carbono”.

As principais celebrações deste evento global serão realizadas na Nova Zelândia, um dos cincos países que se comprometeram a reduzir ao máximo suas emissões de carbono.

Um dos relatórios, um tipo de guia para uma vida com baixa emissão de carbono, tem como título “Deixe o Hábito: um Guia das Nações Unidas para a Neutralidade Climática”.

O outro relatório, compilado por especialistas em colaboração com o PNUMA e a Organização Mundial do Turismo (OMT) é entitulado “Mitigação e Adaptação da Mudança Climática no Setor do Turismo”.

O relatório foca nos desafios e oportunidades enfrentados pelas maiores indústrias do mundo, incluindo as relacionadas ao transporte aéreo.

Achim Steiner, o Subsecretário Geral da ONU e Diretor Executivo do PNUMA, disse: “As emissões dos gases do efeito estufa pelos meios de transporte continuam a aumentar ao redor do mundo, sendo a aviação uma das principais fontes e a com maior crescimento. Mas ainda há incontáveis oportunidades políticas, administrativas e tecnológicas para mudar esta tendência por meio de escolhas mais inteligentes por governos, indústrias e o público global”.

“Algumas destas escolhas são grandes – de impostos para encorajar a criação de ‘fazendas de vento’ na costa em oposição à construção de mais usinas movidas a carvão a políticas nacionais que favoreçam formas mais limpas e ambientalmente corretas de mobilidade e formas que promovam a eficiência energética ao invés do consumo de energia”, afirmou Steiner.

“Outras são pequenas, como pensar em quais utensílios compramos, de maneira viajamos e quais são nossas fontes de energia. Mas se tais ações fossem divulgadas pelo mundo todo e tomadas pelos 6.7 bilhões de pessoas, teríamos o poder para modificar o futuro – o poder para pessoalmente e coletivamente influenciar a economia a “Deixar o hábito”, ele disse.


Reduzindo pela metade sua emissão de carbono – pequenas escolhas

O guia das Nações Unidas sugere várias pequenas escolhas perfeitamente factíveis, que juntas podem reduzir as emissões das regiões da Ásia, Europa e América do Norte (historicamente, os maiores contribuidores do aquecimento global) de 38 para 14 kg.

As sugestões, que requerem pouca ou nenhuma mudança nos padrões de conforto, podem também ser relevantes para os países, cidades, setores e pessoas que fazem crescentes emissões de carbono.

Aproximadamente metade das emissões individuais de carbono depende de escolhas pessoais, à exemplo da freqüência com a qual dirijimos ou viajamos de avião, e a quantidade de energia utilizada em nossas casas.

Dos 50% restantes, menos da metade advém indiretamente do consumo no nosso local de trabalho, 10 por cento da manutenção das infraestruturas governamentais e 20 por cento da produção de bens adquiridos pela população, incluindo os produtos alimentícios.

Como você começa seu dia com baixa emissão de carbono? Após desligar seu despertador analógico e vestir suas roupas secadas no varal, sem nenhuma emissão de carbono, que tal escovar os dentes e tomar seu café-da-manhã?

Considere o seguinte:

* Optar por uma escova de dente não-elétrica evitará a emissão de 48g de CO2;
* Aquecer o pão em uma torradeira ao invés de aquecê-lo no forno, economiza aproximadamente 170g de CO2;
* Trocar as lâmpadas regulares de 60 Watts por lâmpadas econômicas produzirá quatro vezes menos gases do efeito estufa;
* Usar o transporte público ao invés do carro para ir ao trabalho em um trecho de 8km economiza 1.7 Kg de CO2 diariamente
* Desligar seu computador e o monitor durante o almoço e depois do horário de trabalho reduzirá as emissões de CO2 geradas por esses aparelhos em um terço;
* Investir em um chuveiro econômico não somente economiza 10 litros de água por minuto, mas reduzirá drasticamente as emissões de CO2 pela metade

Uma Economia Verde tem Sentido Econômico

E enquanto você está no trabalho, qual a quantidade de energia economizada em sua casa? O aquecimento, ar condicionado, iluminação e a utilização de eletrodomésticos demandam mais de 10 por cento da oferta global de energia.

Enquanto isso, as construções são responsáveis por aproximadamente 30 por cento das emissões de gases do efeito estufa, de acordo com a Iniciativa do PNUMA sobre Construções Sustentáveis.

Ademais, um lar de uma família de classe média em um país como o Reino Unido poderia economizar em torno de duas toneladas de CO2 por ano se fosse aumentada sua eficiência energética por meio, por exemplo, da melhoria dos sistemas de aquecimento e iluminação.

Tente diminuir o termostato. O Guia sugere que diminuir a temperatura em poucos graus em um apartamento de 90m2 economizaria seis por cento na conta de energia.

E há a geladeira. Uma geladeira de 150 litros com eficiência máxima (A+++) emite menos de 130g de CO2 do que uma geladeira A-.

O Guia afirma que tanto as familías como as grandes companhias subestimam frequentemente as economias que podem ser alcançadas de maneira simples e fácil.

Em uma pesquisa com pequenas e médias empresas, aproximadamente um quarto das analisadas acreditavam que seus esforços poderiam economizar somente entre um e quatro por cento de energia, enquanto a média real seria 10 por cento.

A organização britânica “Carbon Trust” estima que a adoção de medidores avançados pelas pequenas e médias empresas do Reino Unido resultaria em uma economia anual de 600 milhões de dólares e na potencial redução das emissões de carbono em 12 por cento.

Viagens e Transporte – Um desafio crescente

Por outro lado, ter uma “overdose de carbono” pode desfazer um importante trabalho, diz o Guia. Por exemplo, um vôo transatlântico torna uma pessoa responsável pela mesma quantidade de emissão de carbono que um ano dirigindo um carro.

Para passageiros freqüentes — de jatinhos executivos a viajantes – as jornadas aéreas são de longe a maior contribuição para o aquecimento do planeta.

Em distâncias curtas, as viagens aéreas produzem cerca de três vezes mais CO2 por passageiro do que as viagens de trem. Além disso, a indústria aérea como um todo contabiliza em torno de 2 a 3 por cento das emissões dos gases do efeito estufa.

Os ônibus podem ser uma opção ainda melhor para os deslocamentos entre as cidades, visto que os serviços de trem contribuem também consideravelmente para as emissões de carbono.

Da mesma forma, as inovações tecnológicas podem ajudar a melhorar a eficiência do transporte de passageiros e produtos. A Airbus, que fabrica o modelo super-jumbo A380, afirma que este avião usa menos de três litros de combustível por passageiro a cada 100 kilômetros.

Já a empresa Air New Zealand planeja desenvolver um avião que utiliza biocombústiveis derivados de algas marinhas.

O relatório do PNUMA e da OMT propõe outras formas pelas quais a aviação e o turismo podem contribuir para uma transição em direção a uma economia com baixas emissões de carbono.

Além das reduzões nas bagagens e da concessão de milhas terrestres ao invés de milhas aéreas, os especialistas sugerem outras medidas, que incluem:

* Encorajar os operadores de turismo a reservar vôos diretos ao invés de itinerários com escala ou conexão.
* Estimular as companhias aéreas a estimular seus passageiros a aumentar o índice de utilização das milhas aéreas em 80 por cento – atualmente este índice na União Européia é de 65 por cento.
* Um aumento no preço das passagens para viagens executivas, de maneira que reflita o espaço extra utilizado por estes passageiros e que poderia ser usado por mais passageiros em vôos climaticamente mais viáveis.
* Medidas para reduzir a idade da frota aérea. Na Suécia, o tempo de uso médio de um avião é de dez anos, enquanto nos Estados Unidos um terço da frota tem mais de 25 anos. As companhias aéreas modernas podem reduzir a sua emissão por passageiro por km em mais de 30 por cento.

Algumas companhias aéreas já colaboram com companhias ferroviárias para a utilização das milhas, incluindo a Continental Airlines com a companhia ferroviária americana Amtrack e Air France com a Tgvair, uma subsidiária da companhia francesa TGV.

Tornando a neutralidade climática uma realidade

O Guia das Nações Unidas destaca como várias companhias, cidades, organizações até países estão tomando decisões e estratégias para atingir economias, comunidades e negócios com zero emissão de carbono.

Um grande acordo para esta transição para uma Economia Verde está sendo federado e autorizado sob a bandeira da Climate Neutral Network (CN Net) do PNUMA, lançada em Fevereiro de 2008.

A Nova Zelândia, um dos participantes fundadores da CN Net e anfitrião do Dia Mundial do Meio Ambiente neste ano, pretende alcançar o patamar de 90% de sua produção energética em fontes renováveis até 2025 e reduzir à metade as emissões per capita dos meios de transporte até 2040, usando carros elétricos e biocombustíveis.

O país também está desbravando meios de reduzir emissões do gado em uma economia na qual metade dos gases estufa vêm da agricultura.

Durante a semana do Dia Mundial do Meio Ambiente, muitas companhias e organizações da Nova Zelândia terão seguido o exemplo do governo, aderindo à CN Net.

Meridian Energy, Christchurch International Airport, o popular site de comércio eletrônico Trade Me, a Neo-Zealand Wine Company, Warren and Mahoney Arquitetos e a organização sem fins lucrativos Landcare Research, entre outros.

A idéia de neutralidade climática (CN, em inglês) também está se espalhando pelo mundo. A CN Net inclui participantes de todo o mundo em desenvolvimento, como a cidade de Rizhao, na China, movida a energia solar, e toda a nação Centro-Americana da Costa Rica, que tem se esforçado para alcançar a neutralidade climática a tempo para suas comemorações de 200 anos de independência em 2021.

Além disso, grupos tão diversificados quanto o clube de futebol britânico Ipswich Town ou o gigante banco Suíço Credit Suisse agora estão procurando reduzir suas emissões de gases estufa.

O clube de futebol, por exemplo, calculou que sua produção era de 3.200 toneladas de CO2 a cada temporada. Pedindo os patrocinadores que fizessem compromissos de economia de energia, neutralizou com sucesso essa emissão. O Credit Suisse, por sua vez, tem feito uma mudança gradual para fontes energéticas renováveis para reduzir três quartos do total de emissões vindos do uso de energia nos seus escritórios.

“Está claro que estamos vendo uma Economia Verde emergindo através de comunidades e países em todo o mundo. A ciência conduz esta transição, moderando os impactos da mudança climática se não atuarmos. Mas também há abundantes oportunidades econômicas caso as economias se tornem mais eficientes no uso de recursos. Companhias e consumidores estão demandando e agindo para mudança e alguns países começam a suprir isto.”, disse Steiner.

“Agora é tarefa dos governos intensificarem suas ações e garantir que uma Economia Verde se torne global, um fenômeno duradouro. Tal nível de ambição será posto a prova em apenas 18 meses quando as nações terão que acordar em um novo e já concebido tratado na convenção de mudanças climáticas em Copenhagen no final de 2009”, disse Steiner.

Dia Mundial do Meio Ambiente:

O Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado cada ano no dia 5 de Junho, é um dos principais veículos por que as Nações Unidas agem para estímulo da consciência mundial, da ação e atenção política na questão ambiental.

O slogan do Dia Mundial do Meio Ambiente de 2008 é Deixe o Hábito! Rumo a uma Economia com Baixa Emissão de Carbono. Reconhecendo que a mudança climática está se tornando a questão definidora de nossa era, o PNUMA está pedindo países, companhias e comunidades para focarem-se nas emissões de gases estufa, afim de reduzí-las. O Dia Mundial do Meio Ambiente vai destacar recursos e iniciativas que promovem economias e estilos de vida de baixa emissão de carbono, como, por exemplo, o aumento da eficiência energética, fontes alternativas de energia, conservação florestal e consumo ecológico.

As comemorações principais do Dia Mundial do Meio Ambiente acontecerão na Nova Zelândia. O PNUMA está honrado em ter a cidade de Wellington como sede do evento.

A agenda do dia é dar uma face humana para questões ambientais; dar poder às pessoas para que se tornem agentes ativos do desenvolvimento sustentável e equitativo; promover a compreensão de que as comunidades são fundamentais na mudança de atitudes; encorajar parcerias, o que irá garantir que todas as nações e povos usufruam de um futuro mais seguro e próspero.

DMMA 2008 online: http://www.unep.org/wed/2008/english/

Livro ‘Deixe o Hábito’:

Para pedir o livro ‘Deixe o Hábito: Um Guia da ONU para a Neutralidade Climática’, acesse http://www.earthprint.com

Relatório Mudança Climática e Turismo:

O relatório ‘Adaptação e Mitigação das Mudanças Climáticas no Setor Turístico’ pode ser encontrado em http://www.unep.fr/scp/publications/pdf/DTIx1047xPA-ClimateChange.pdf

Citações de alguns dos participantes da New Climate Neutral Network (CN Net):

Footprint Adventures (http://www.footprintadventures.co.nz):

“Os Footprint Adventures ingressaram no Carbon Neutral Network (CN Net) para demonstrar seu apoio à redução de emissões. A rede dá a empresas oportunidade de mostrar suas estratégias para a redução das emissões. Como empresários, precisamos ser responsáveis nesta questão. Há uma crescente preocupação com o impacto das emissões de carbono nas mudanças climáticas e eu acredito que as pessoas querem ter a chance tomar atitudes, particularmente na busca por prazer.”

—Robert Thomas, Diretor

ICF International (http://www.icfi.com):

“A mudança climática é a questão mais relevante no desenvolvimento econômico em nosso tempo. Na ICF, nos comprometemos em fazer nossa parte e estamos tomando ações internas para reduzir as emissões e compensando o restante para neutralizarmos nossa produção de carbono. Damos as boas-vindas aos esforços internacionais para guiar companhias a um futuro com menos carbono.”

—Sudhakar Kesavan, Presidente e Diretor Geral

Kaimira Ventures (http://www.kaimirawines.com):

“As Mudanças Climáticas são uma ameaça para todos nós. Precisamos cooperar globalmente para encontrar soluções significantes. Participar na rede de carbono neutro dá à Kaimira Ventures a oportunidade de aprender com a experiência de organizações e indivíduos com preocupações similares e de compartilhar nossos esforços e experiências através de uma rede que está se tornando rapidamente uma fonte vital de conhecimento para pessoas e organizações mundo afora.”

—Ian Miller, Diretor

Landcare Research (http://www.landcareresearch.co.nz):

“Da pesquisa inovadora em ‘troca de carbono’ ao desenvolvimento de críveis e efetivas ferramenta para negócios, a Landcare Research lidera os esforços endereçados às mudanças climáticas. Este grande desafio global demanda uma resposta coordenada internacionalmente, e as Nações Unidas, com a Climate Neutral Network, criou uma plataforma efetiva para controlar a mudança que confortavelmente complementa e apóia outras iniciativas.”

—Dr Warren Parker, Executivo Chefe

Meridian Energy (http://www.meridianenergy.co.nz):

Sustentabilidade é simplesmente nossa abordagem de negócio. Perguntamos como e por que podemos assegurar o melhor retorno da perspectiva social, ambiental e econômica. Estamos orgulhosos de onde chegamos nesta jornada, e estamos nos esforçando para fazer mais. Para ajudar outros a seguir o mesmo caminho, estamos prontos para compartilhar nosso conhecimento. Entrar para a Climate Neutral Network é um caminho de compartilhar nossas experiências, assim como aprender com demais iniciativas.”

—Tim Lusk, Executivo Chefe

Quakebake (http://www.quakebake.co.nz):

“Quando o assunto é mudança climática, temos que contar com todo mundo, senão não se pode mudar nada. Mudança climática significa para o mundo um enorme desafio que ameaça nosso padrão de vida atual. O slogan ‘Deixe o Hábito’ (o hábito do ‘carbono’) junta em três palavras tudo o que precisa ser dito – é um hábito e somos todos convocados a fazer algo a respeito. E aí é que está a motivação da Quakebake para entrar na CN Net, se tornar ativo e se juntar a outros em uma escala mundial nas discussões e ações locais. A Quakebake espera que a CN Net consolide a colaboração de todos os tipos de grupos e interesses dentro a CN Net, independentemente do tamanho, importância, habilidade e recursos.”

—Robert Haas, CEO

Trade Me (http://www.trademe.co.nz):

“É dado que o meio ambiente é importante. Com nossos 1.9 milhões de membros comprando e vendendo mais de 6 milhões de itens usados no Trade Me a cada ano, evitar o despedício é também uma parte central em nossos negócios. Também somos conscientes de que nossos negócios deixam suas pegadas no meio ambiente. É por isso que nos tornamos ‘carbono-neutros’ no início deste ano, porque estamos procurando novos meios de melhorar nossa eficiência energética. Escolhemos entrar na Climate Neutral Network, para compartilhar nossas experiências, aprender mais e encorajar outros a tomarem um caminho semelhante.”

—Jon Macdonald, CEO

Urgent Couriers (http://www.urgent.co.nz):

“Para a Urgent Couriers, esta é uma oportunidade para inspirar, e ser inspirada, por outros negócios aqui [na Nova Zelândia] e por todo o mundo. Nós acreditamos completamente no impacto do nosso carbono e estamos agindo e reduzindo nosso perfil de emissões enquanto nosso negócio cresce. Apoiar a CN Net constrói uma forte conexão global com nossas ações locais.”

—Steve Bonnici, Diretor

Warren and Mahoney (http://www.warrenandmahoney.co.nz):

“O caminho para a verdadeira sustentabilidade é uma jornada ao desconhecido e um dos mais excitantes desafios de nosso tempo. O design e o futuro do design é o nosso negócio e nós vemos o design sustentável não somente como uma responsabilidade moral e ética mas também um fator essencial para a viabilidade futura do nosso negócio. Nos tornar ‘carbono-zero’ é um passo necessário para seguirmos o caminho em que acreditamos e participando da CN Network podemos compartilhar nossas idéias de práticas melhores em uma plataforma global.”

—Graeme Finlay, Diretor Executivo

Fonte: Envolverde/PNUMA"