Reunião de condomínio: boa ocasião para praticar o consumo consciente

"Decisões importantes podem contribuir para a redução de despesas e dos impactos ambientais do consumo nos edifícios

Muita gente tem verdadeiro horror a reuniões de condomínio. Várias vezes esses encontros são longos, arrastados e, muitas vezes, são ocasião para infrutíferos bate-bocas entre moradores. Mas você já pensou que essa reunião pode representar uma boa oportunidade para se discutir e adotar princípios de consumo consciente?

Basta refletir um pouco para perceber que o consumo de água, energia e gás de dezenas – às vezes centenas – de pessoas que vivem em um edifício acaba por provocar um impacto ambiental considerável. Isso sem mencionar o grande volume de lixo produzido diariamente, que vai emitir gases de efeito estufa ao se decompor e, conseqüentemente, contribuir para o aquecimento global.

Implantar novas formas de utilização e racionalização dos equipamentos e dos espaços comuns de um prédio pode trazer benefícios para toda a coletividade moradora e também colaborar para a redução dos impactos causados por esse grupo de pessoas que, ao agir como consumidores conscientes, pode fazer a sua parte em busca de um mundo mais sustentável do ponto de vista social e ambiental.

Muitos dos novos prédios já estão sendo construídos com cuidados ambientais, mas quando se trata de edifícios já prontos e que não contaram com preocupações ecológicas em seus projetos originais, há muito por fazer. Para Robson Schiabel, gerente da Flags Administradora de Condomínios, a primeira coisa é tentar conquistar a simpatia dos moradores. Isso porque sempre surge uma certa resistência das pessoas em discutir medidas que, num primeiro momento, pode representar custos extras para o condomínio, “mesmo quando apresentados estudos comprovando que aquele valor será compensado no decorrer do tempo por meio da economia de água ou energia elétrica, promovida pela obra”, conclui Robson.

Mas a adaptação dos edifícios nem sempre implica em grandes gastos, pelo contrário, como você verá abaixo, algumas mudanças, trazem até mesmo novos rendimentos para o condomínio.

Iluminar somente quando for preciso

Em relação à racionalização de energia elétrica, por exemplo, a instalação de sensores de presença, também chamado de “luzes inteligentes”, vai evitar lâmpadas acesas sem necessidade. “O custo desses equipamentos é baixo, e eles conseguem garantir que as luzes só estarão acesas no momento em que efetivamente pessoas estiverem transitando pelas áreas comuns como garagens, corredores e elevadores, explica Robson.

Se essa medida ainda for acompanhada da troca de lâmpadas incandescentes por lâmpadas compactas fluorescentes, também conhecidas como lâmpadas econômicas, trará um custo inicial (em torno de 110 reais por ponto para a instalação dos sensores e a compra das novas lâmpadas, mais caras que as tradicionais), mas que poderá ser revertido num curto espaço de tempo. A economia de energia pode chegar a 15% com os sensores e pode ir de 50% a 80% com as lâmpadas frias, ou seja, “dependendo da freqüência de uso dos espaços, muitas vezes em seis meses esse investimento será pago e a economia continuará revertendo em benefícios para todos”, informa Robson, da Flags.

Elevadores ou moradores inteligentes? Faça a sua escolha.

Os elevadores no seu prédio são inteligentes ou nem tanto? Muitas pessoas têm o hábito de chamar todos os elevadores disponíveis, mas caso eles sejas “inteligentes”, só virá aquele que estiver mais próximo do andar onde foi feita a chamada. Porém, se o sistema não for assim tão “esperto”, vale a pena fazer um estudo para adotar um dispositivo que evita esse vai e vem constante dos elevadores.

Os custos para a instalação desse dispositivo podem, muitas vezes, ser altos. Se isso inviabilizar a adoção da tecnologia, ainda é possível buscar alternativas. Uma delas é instalar simplesmente um visor que indica em quais andares os elevadores estão parados. Assim, basta orientar o morador para chamar apenas o elevador que estiver mais próximo. Se mesmo esse sistema representar um gasto muito alto, o jeito é apelar para o bom senso dos condôminos e pendurar avisos pedindo que as pessoas acionem apenas um elevador e que usem as escadas quando o deslocamento for curto. Um cálculo da energia elétrica economizada pelo uso menos intenso dos elevadores pode mostrar que o investimento vale a pena, seja o de atenção das pessoas, seja o de equipamentos que podem automatizar a redução no gasto.

Um outro procedimento que pode ser adotado nos elevadores é o de liberar o comando para ligar o ventilador. Assim, os moradores poderão acionar o ventilador do elevador somente quando for realmente necessário, contribuindo para a redução do gasto de energia.

Educar os funcionários

Outro caso em que apenas uma mudança de atitude pode resolver, é o da lavagem de calçadas. Se os funcionários do seu prédio têm o péssimo hábito de lavar a calçada com mangueira (muitas vezes por orientação superior), aproveite a reunião de condomínio e peça a suspensão desse procedimento. Lembre aos vizinhos que água tratada custa caro e é paga por todos. Uma limpeza feita com o uso de um balde e a velha e boa vassoura é igualmente eficiente e gasta muitíssimo menos água.

Geração de lixo um problema que vira solução

A implantação da coleta seletiva pode trazer benefícios à coletividade de um condomínio. Mesmo assim, ainda não é uma atividade presente em larga escala, como informa Ademir Tobias, diretor comercial da 2A Reciclagem. “A prática está em crescimento, mas ainda existem poucas empresas que atendem aos condomínios residenciais pelo fato do material ter um valor baixo”. Mas segundo ele, o grande entrave para o crescimento é a falta da adesão e colaboração das pessoas envolvidas, pois “muitos moradores não separam os materiais dificultando a coleta. Isso desestimula as empresas e até mesmo os catadores”.

Esse comportamento pode ser modificado com informação. Já existem empresas, como a do Ademir, que fazem o projeto de implantação de coleta seletiva incluindo palestras para os moradores e treinamentos para funcionários. O portal do Akatu (www.akatu.org.br) também fornece muitas informações úteis para mobilizar os moradores. Caso haja empenho de todos, o condomínio pode receber uma quantia razoável por mês pela entrega dos materiais recicláveis. “Temos um edifício que recebe cerca de R$ 300,00 por mês com a coleta”, relata Ademir.

Claro que essa arrecadação vai depender de diversos fatores que incluem a quantidade e a qualidade do material coletado. Entre os materiais mais valiosos a serem coletados e, posteriormente reciclados estão latinhas de alumínio, panelas de alumínio e papéis brancos, tais como folhas de sulfite, cadernos, livros.

O óleo de cozinha usado também pode ser revertido em benefício do condomínio. Em Jundiaí, no interior de São Paulo, um condomínio fez um acordo com uma fábrica que utiliza esse óleo para fabricação de sabão. Foi colocado em uma área comum um latão de 50 litros, no qual todos os moradores despejam o óleo usado. Quando o recipiente fica cheio, a fábrica é chamada, recolhe o líquido e deixa, em troca, 20 litros de produtos de limpeza que são usados nas áreas comuns. O volume de material de limpeza não é suficiente para cobrir toda a necessidade do condomínio, mas representa uma ajuda significativa.

Individualização das contas de água: interesses pessoais devem ser deixados de lado

Se você gostou das sugestões apresentadas, prepare-se para uma que talvez seja a mais espinhosa de todas, pois ajuda a aliviar o bolso de alguns e pesa no de outros. Trata-se da individualização na cobrança das de água. Em quase todos os edifícios essa cobrança é feita diretamente no boleto mensal de condomínio. Desse modo, alguns apartamentos gastam mais água que outros, mas todos pagam o mesmo valor.

“O consumo coletivo é um convite ao desperdício”, diz Robson, gerente da Flags Administradora, porque ele desestimula aqueles que controlam os gastos, uma vez que não sentem os benefícios na conta, e os que gastam demais, também não percebem o prejuízo. “Infelizmente os condôminos menos conscientes crêem que podem gastar a vontade, pois no final do mês o valor a ser pago será o mesmo” complementa o raciocínio.

A individualização por outro lado traz a informação do consumo de cada apartamento e estimula seus ocupantes a pensar melhor antes de usar água de forma inconseqüente. Elias Mendes Alves, gerente geral da MDM Tecnologia, empresa que implanta a individualização de contas, informa que a economia média no consumo de água, após a mudança, pode chegar a 30%.

Um bom exemplo é o de um edifício do bairro de Perdizes, zona oeste de São Paulo. A individualização das contas de água nos 32 apartamentos do condomínio foi implantada em outubro de 2006. A administradora do prédio fez uma análise comparando os resultados de um ano de contas individualizadas, e apurou que a redução chegou a 8%, em média. Em termos de volume de água, essa redução representou 40 mil litros em um ano, o que corresponde a mais de cinco caminhões-pipa do tipo utilizado pelo Corpo de Bombeiros. Isso em apenas um edifício!

Essas são apenas algumas idéias sobre como é possível reduzir os impactos do consumo de um condomínio, sem prejudicar em nada o conforto dos moradores. Vale a pena tentar. E se as sugestões não forem aceitas imediatamente, não desista. Aos poucos, as pessoas se acostumarão com a possibilidade e, com um pouco de habilidade, será viável adotar, pelo menos, algumas mudanças. Não esqueça: seu consumo transforma o mundo. E o de todos juntos, transforma ainda mais rapidamente."

Fonte: Instituto Akatu

Como reaproveitar a água da chuva em residências?

"Saiba onde e como usar a água que vem de graça dos céus e economize a que vem do encanamento

Por Yuri Vasconcelos - Revista Vida Simples 04/2008

É preciso construir um sistema para captação, filtragem e armazenamento da água. A captação é feita com a instalação de um conjunto de calhas no telhado, que direcionam a água para um tanque subterrâneo ou cisterna, onde ela será armazenada.

Junto a esse reservatório, é necessário instalar um filtro para retirada de impurezas, como folhas e outros detritos, e uma bomba, para levar o líquido a uma caixa d'água elevada separada da caixa de água potável. Embora não seja própria para beber, tomar banho ou cozinhar, a água de chuva tem múltiplos usos numa residência.

Entre eles, a rega de canteiros e jardins, limpeza de pisos, calçadas e playground e lavagem de carros (gastos que representam cerca de 50% do consumo de água nas cidades), além de descarga de banheiros e lavagem de roupas. Para isso, no entanto, é preciso alterar as tubulações já existentes e construir um sistema paralelo ao da água potável.

Algumas empresas, como a catarinense BellaCalha (www.acquasave.com.br), oferecem sistemas completos de aproveitamento de água de chuva. Eles podem ser instalados em casas e prédios já construídos ou ainda em obras. Nos edifícios prontos, o reaproveitamento será para as áreas comuns, já que o custo de criar uma rede paralela de água em cada apartamento torna a empreitada inviável."

Fonte: Planeta Sustentável

O planeta em estado febril

"Ondas de calor, secas prolongadas, chuvas torrenciais, furacões devastadores. Em meio a alterações climáticas causadas pelo já famoso aquecimento global, a previsão é de que a sua saúde estará sujeita a mais instabilidades

Por Cida de Oliveira

Dois anos antes de o furacão Katrina devastar a cidade de Nova Orleans, no sul dos Estados Unidos, fortíssimas ondas de calor na Europa provocaram complicações cardiovasculares e respiratórias em grande parte da população, matando mais de 30 mil pessoas. Esses eventos, para citar apenas duas das maiores calamidades dos últimos tempos, vieram colocar mais lenha na fogueira das previsões sobre a saúde do planeta e de seus habitantes no médio e no longo prazo.

Para muitos especialistas, o desmatamento e o despejo diário de toneladas de gás carbônico na atmosfera estão por trás de catástrofes assim. Os mais céticos, no entanto, alegam que ainda é cedo para atribuí-las cem por cento à ação do homem.

O consenso é que furacões dependem de águas oceânicas mais quentes. Ora, nos últimos 35 anos, a temperatura do globo subiu 0,5 °C e dobrou o número de furacões que castigam a Terra. Coincidência ou não, o fato é que a saúde humana também sofre — e como! — quando o termômetro vai às alturas. "Aumentam os casos de derrame e proliferam os insetos transmissores de dengue, febre amarela, malária, cólera e leishmaniose", enumera Ulisses Confalonieri, pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro.

Uma questão que põe cientistas em lados opostos é o elo entre o aquecimento global e o aumento dos rombos na camada de ozônio, aquela que protege a Terra dos efeitos nocivos dos raios ultravioleta. Maria Luisa Höfling-Lima, professora de oftalmologia da Unifesp, ressalta que, no caso da nossa saúde, ainda não há estudos que indiquem relação de causa e efeito desses problemas ambientais com os que acometem os olhos. "Mas evidências apontam para um maior número de casos de catarata e degeneração na retina por causa da exposição crescente à luz azul e à radiação ultravioleta", diz.

Já a pele indiscutivelmente sofre com as conseqüências de uma esburacada camada de ozônio. Quanto maior a incidência de raios UV, maior a vulnerabilidade a lesões que podem levar ao câncer. Entre 1999 e 2005, a Sociedade Brasileira de Dermatologia examinou 205 869 pessoas em todo o Brasil e diagnosticou 17 980 casos de vários tipos de tumor. Uma pena, porque muitos deles poderiam ser evitados com uma única providência: a exposição ao sol com proteção. Infelizmente, mais da metade desses pacientes admitiu que não tomava esse cuidado tão simples. Não à toa, a estimativa do Instituto Nacional de Câncer, o Inca, é que este ano haverá no Brasil 115 010 novos casos do tipo não-melanoma e 5 920 de sua versão mais grave, o melanoma.

No geral, as perspectivas podem parecer sombrias, mas nem por isso devemos cruzar os braços e esperar passivamente pelo pior. Há tempo para ações capazes de brecar tantos prejuízos. O que fazer? Para o nefrologista Bento Cardoso dos Santos, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, "tão importante quanto se preparar para o que poderá vir é voltar a atenção para o que já está acontecendo e mudar alguns hábitos". Usar filtro solar, por exemplo.

NEM TUDO ESTÁ PERDIDO (AINDA)
Exija dos governantes a criação de leis que obriguem à redução da emissão de poluentes Pelas fábricas.

- Prefira consumir produtos de empresas comprometidas com uma atmosfera livre de poluentes.
- Cobre investimentos em fontes de energia mais limpa.
- Deixe o carro em casa e prefira o transporte coletivo (ou pedale, em prol também da sua saúde).
- Abandone definitivamente o cigarro — as partículas da fumaça, além de péssimas para o seu organismo, contribuem para a emissão de gás carbônico.
- Apóie medidas para barrar o desmatamento. As florestas ajudam a manter o equilíbrio térmico do planeta, fundamental para prevenir o efeito estufa. E, quando for comprar móveis de madeira, dê preferência àqueles que trazem o selo de manejo sustentável — ele garante a procedência e os cuidados na extração da matéria-prima."

Fonte: Planeta Sustentável


Dicas para economizar água

Para melhor entender o gasto de água, leia e se esforce para fazer sua parte.

"Na Cozinha

Lavar a louça com a torneira da pia meio aberta durante 15 minutos consome 117 litros. Limpe os restos dos pratos e panelas com escova e jogue no lixo. Coloque água na cuba até a metade para ensaboar e feche a torneira. Para enxaguar, colocar água normalmente. O gasto cairá para 20 litros. Ligar a lavadora de louças só quando estiver cheia.

No Tanque

Lavar a roupa por 15 minutos pode gastar 279 litros. O melhor é acumular a roupa, colocar água no tanque para ensaboar, deixando a torneira fechada. Depois, colocar água para enxaguar. Essa água depois poderá ser utilizada para lavar a área de serviço. Uma lavadora de roupa com capacidade para 5 quilos gasta 135 litros. O melhor é utiliza-la com sua capacidade total. Com uma mangueira semi-aberta, gasta-se 560 litros para lavar o carro. Se o serviço for feito com um balde, o consumo cai para 40 litros.

No Banheiro

Um banho de ducha de 15 minutos consome 240 litros de água. Feche a torneira enquanto se ensaboa e diminuir o tempo do banho para 5 minutos reduz para 80 litros.
Escovar os dentes durante 5 minutos faz com que 80 litros sejam desperdiçados. Molhe a escova, feche a torneira e enxague a boca com um copo de água, consome menos de 1 litro. Ao fazer a barba em 5 minutos, com a torneira meio aberta, gastam-se até 12 litros de água. Se usar a pia como um tanquinho, o consumo cai para 2 litros.

Torneira fechada

Torneira aberta é igual a desperdício. Com a torneira aberta, você gasta de 12 a 20 litros de água por minuto. Se deixar pingando, são desperdiçados 46 litros por dia.

Descarga

Uma descarga chega a utilizar 20 litros de água em um único aperto! Então, aperte a descarga apenas o tempo necessário.

Lavando louça

Ao lavar louças, não deixe a torneira aberta o tempo todo (assim você desperdiça até 105 litros). Primeiro passe a esponja e ensaboe e depois enxágüe tudo de uma só vez.

Usar redutores de fluxo de água

As torneiras de pia mais antigas de banheiro e cozinha podem gastar entre 10 e 15 litros de água por minuto. Muita dessa água é desperdiçada. Em geral, as tarefas de lavagem podem ser realizadas com bem menos água.

Os redutores de fluxo de água, tanto os que já vêm com as torneiras novas, quanto aqueles baratos redutores avulsos que você conecta à torneira, reduzem o fluxo, em média, de 2 a 4 litros por minuto nos banheiros e de 3 a 7 litros por minuto na pia da cozinha. Por causa do ar que é adicionado à corrente de água na extremidade da torneira, o fluxo parece total, mas o volume real de água é substancialmente reduzido. Isto permite que você faça mais com menos água quente.

Instalar redutores de fluxo de esguicho do chuveiro

Quase metade de toda a água usada em uma casa é para o banho. E quase toda essa água precisa ser aquecida. Portanto, o banheiro é um lugar ideal para praticar a economia de água e energia. Desde janeiro de 1995, os chuveiros das novas casas foram obrigados a não gastar mais que 9,5 litros de água por minuto. Se você tem um chuveiro mais antigo em sua casa, saiba que não leva mais que alguns minutos para substituí-lo por um que atenda os padrões de índice de fluxo atuais.

Os chuveiros não são caros. Com US$ 10 a US$ 25 dólares você compra um novo que atenda o limite de 9,5 litros. Se você tem um chuveiro mais antigo que permite até mais de 20 litros por minuto e trocar por um de baixo fluxo, você reduzirá o consumo de água no seu chuveiro em mais de dez litros por minuto.

A água que entra em uma casa no nordeste dos Estados Unidos no inverno pode ser tão fria quanto 3ºC. Aquecer uma água tão fria até os cerca de 50°C necessários para produzir um banho quente satisfatório demanda bastante energia. É fácil entender por que tirar vantagem da tecnologia do chuveiro com 9,5 litros pode economizar bastante na sua conta de luz.

Uma advertência: colocar um esguicho de baixo fluxo de água não é desculpa para passar mais tempo no chuveiro. Em alguns casos, o tempo que uma pessoa leva em um banho é exatamente igual ao tempo que leva para acabar a água quente dentro do aquecedor. Uma vez que a água acaba, o banho termina. Se levasse, vamos dizer, dez minutos para descarregar a capacidade de água do aquecedor com 20 litros por minuto, isto significa que você pode agora ficar sob a água corrente por 20 minutos com esguicho de fluxo reduzido? Tecnicamente, sim. Mas isto resultaria em nenhuma economia de energia ou água. Se limitar suas atividades no chuveiro para simplesmente se lavar e enxagüar e então sair, mantendo igual o tempo que você levava antes da instalação do esguicho redutor, você reduzirá seu uso de energia e água.

Manutenção

É necessário limpar periodicamente as caixas de gordura, inspeção e sabão, removendo todo detrito acumulado e lavando as tampas com uma mistura de água e querosene, na proporção de um litro de querosene para cinco litros de água.

Recomenda-se que seja feita nas caixas (ralos) a dedetização preventiva contra baratas e outros insetos a cada seis meses.

Faça limpeza periódica, pelo menos 01 vez por mês, nos copos dos sifões (que ficam em baixo da pia), caixas sinfonadas (aquelas que ficam no box's) e ralos em geral."

Fonte: Prevcon

SEPARANDO SEU LIXO

É necessário toda a atenção no momento da separação do nosso lixo. Veja o que é lixo seco e orgânico. Vamos construir juntos uma quadra sustentável.

Reduza ao máximo o lixo produzido

Reutilize tudo o que for possível

Facilite a Reciclagem


LIXO SECO:

Papel, papelão, jornais, revistas, cadernos e folhas soltas;
Caixas e embalagens em geral;
Metais, latas em geral;
Garrafas, potes e frascos de vidro;
Plásticos (todos os tipos);
Garrafas PET e sacos plásticos.

LIXO ORGÂNICO:

Cascas e bagaços de frutas e verduras;
Restos de comida;
Papel de banheiro (higiênico);
Aparas e podas de Jardins;
Sujeira de vassoura e de cinzeiro.

Educação eco-centrada

"Por Leonardo Boff*

Há duas portas de entrada para a educação e para a socialização da vida humana: a família e a escola. Da família herdamos ou não o sentido da acolhida e da auto-confiança (da mãe) e o sentido dos limites e a percepção de valores éticos (do pai). A escola, alem que repassar informações, se propõe o objetivo de criar as condições para a formação de pessoas autônomas com competência para plasmar o próprio destino e aprender a conviver como cidadãos participativos. A educação, nesta perspetiva, era centrada no ser humano e na sociedade.

Esse propósito correto é hoje insuficiente. Depois que irrompeu o paradigma ecológico, nos conscientizamos do fato de que todos somos ecodependentes. Não podemos viver sem o meio-ambiente, com seus ecossistemas, que incluído o ser humano, forma o ambiente inteiro. Somos um elo da comunidade biótica. A humanidade não está frente à natureza, nem acima dela como donos mas dentro dela como parte integrante e essencial. Participamos de uma comunidade de interesses com os demais seres vivos que conosco compartem a biosfera. O interesse comum básico é manter as condições para a continuidade da vida e da própria Terra, tida como superorganismo vivo, Gaia.

O fato novo, até ha pouco ausente na consciência coletiva da grande maioria e também de cientistas, é que todo o sistema de vida está correndo risco. É conseqüência de uma civilização produtivista/consumista/materialista que tem predominado nos últimos séculos, hoje globalizada. Ela fez com que a Terra perdesse seu frágil equilíbrio e sua capacidade de autoregeneração. Temos que impedir que Gaia entre num processo de caos, buscando através dele um novo equilíbrio, mas à custa de pesados sacrifícios ecológicos como a dizimação de milhares de espécies, cataclismos, secas, inundações, insegurança alimentar em vastas proporções e, eventualmente, o desaparecimento de incalculável número de seres humanos.

A partir de agora a educação deve impreterivelmente incluir as quatro grandes tendências da ecologia: a ambiental, a social, a mental e a integral ou profunda (aquela que discute nosso lugar na natureza e nossa inserção na complexa teia das energias cósmicas). Mais e mais se impõem entre os educadores ambientais esta perpectiva: educar para a arte de viver em harmonia com a natureza e propor-se repartir equitativamente aos demas seres, os recursos da cultura e do desenvolvimento sustentável.

Precisamos estar conscientes de que não se trata apenas de introduzir corretivos ao sistema que criou a atual crise ecológica mas de educar para sua transformação. Isto implica superar a visão reducionista e mecanicista ainda imperante e assumir a cultura da complexidade. Ela nos permite ver as interrelações do mundo vivo e as ecodependências do ser humano. Tal verificação exige tratar as questões ambientais de forma global e integrada.

Deste tipo de educação se deriva a dimensão ética de responsabilidade e de cuidado pelo futuro comum da Terra e da humanidade. Faz descobrir o ser humano como o cuidador do jardim do Éden que é nossa Casa Comum e o guardião de todos seres. A democracia além de ser sem fim como o quer com razão Boaventura de Souza Santos, será também uma democracia sócio-ecológica. Junto com a cidadania (que vem de cidade) estará a florestania( que vem de floresta), ensaiada pelo governo petista do Acre. Ser humano e natureza se pertencem mutuamente e juntos devem construir um caminho de convivência não destrutiva.


* Leonardo Boff é teólogo, escritor, professor emérito de ética da UERJ e membro da Comissão da Carta da Terra."

(Envolverde/O autor)

Sem coleta seletiva, reciclagem pode fazer mais mal do que bem


"É difícil encontrar alguém hoje que ignore os benefícios da reciclagem para a preservação do planeta. O que poucos parecem saber, no entanto, é que se o lixo não for separado na fonte (ou seja, em casa) e levado separado até a hora de reciclar, os benefícios na prática podem se perder.

A grande vantagem de reciclar é poupar a produção de um novo material. Cada vez que se reutiliza um papel, se evita a derrubada de árvores. Cada vez que se reutiliza um plástico, se evita o uso de petróleo. Isso não quer dizer, no entanto, que a poluição do processo de reciclagem seja zero. Ela simplesmente, na ponta do lápis, polui menos.

Segundo os especialistas, até 90% de todos os materiais usados pela indústria podem ser reciclados. As exceções existem porque alguns produtos não compensam ou financeiramente ou ambientalmente. Fraldas descartáveis, por exemplo, causam mais poluição quando são recicladas do que quando são produzidas.

O mesmo é verdade se o material original não estiver muito danificado. O que se garante, com a separação do lixo na fonte. “Quando o resíduo é separado e isolado, a contaminação é reduzida e isso torna tudo mais fácil na hora de reciclar. É por isso que na reciclagem o resíduo de mais valor é o industrial, que é separado com rigor”, explicou ao G1 o engenheiro ambiental Sandro Donnini Mancini, da Universidade Estadual Paulista (Unesp).

Se o lixo não é separado adequadamente, a contaminação dificulta a reciclagem e pode deixar ela cara demais ou poluente demais. Papéis sujos, por exemplo, precisam de muito alvejante para ficarem brancos. Alvejante que é um poluente. Dependendo do estado do material original, reciclar pode fazer mais mal do que bem.

Para comprovar isso na prática, Mancini realizou uma pesquisa onde retirou sacolinhas plásticas de um aterro sanitário e as separou para reciclagem. Já na pesagem o problema se mostrou: 40% do peso das sacolinhas não era plástico, mas sujeira. “Antes de reciclar, é preciso limpar. Isso vai gastar detergente. Dependendo do estado, não compensa”, diz ele.

O engenheiro recomenda que todas as cidades procurem ter coleta seletiva de lixo para reciclagem obrigatória. Mas entende porque isso não é uma prioridade em muitos municípios. “O Brasil é um país cheio de problemas sociais, então é justificável que os prefeitos prefiram se concentrar em outros problemas, como saúde e educação”, afirma. “Mas é preciso tomar consciência também que o lixo é um problema sério, que também afeta a saúde. Reciclar faz bem para o meio ambiente e para a saúde da população”."

Fonte: Marília Juste / Portal G1